Algas
Apesar dos países asiáticos serem os principais consumidores de algas e produtos à base das mesmas, a União Europeia tem vindo a tornar-se um grande mercado consumidor assumindo a segunda posição a nível mundial.
Em Portugal, toda a costa apresenta uma elevada biodiversidade de espécies de algas e a indústria que as transforma e comercializa está em grande ascensão.
Dentro deste grupo, existem várias espécies com diferentes cores e feitios, quer de microalgas como de macroalgas, ambas utilizadas na alimentação humana, embora as primeiras sejam mais direcionadas para a extração de compostos bioativos, nos quais são ricas, para a indústria farmacêutica e cosmética. As macroalgas são as mais utilizadas na alimentação humana, mas também na alimentação animal e indústria farmacêutica.
Quanto à sua composição nutricional são extremamente ricas em muitos nutrientes e daí o seu grande interesse comercial. São uma excelente fonte de proteína, com vários aminoácidos essenciais, sobretudo as algas vermelhas, constituindo assim uma excelente alternativa/complemento à proteína de origem animal. Contêm uma elevada quantidade de vitaminas como, vit. A, do complexo B, C e E e, no que diz respeito aos minerais possuem valores de 10 a 100 vezes, superiores aos hortícolas, nomeadamente de iodo, ferro, potássio, cálcio e sódio. Possuem grande teor de compostos bioativos, como os carotenoides e os flavonoides, com elevado poder antioxidante. Têm ainda uma boa quantidade de ácidos gordos polinsaturados, da família ómega-3 e ómega-6. E, ainda, constituem uma excelente fonte de fibra solúvel, que após a fermentação no trato gastrointestinal forma ácidos gordos de cadeia curta, os quais desempenham um papel prebiótico e auxiliam no sistema imunitário.
No entanto, a sua quantidade bastante elevada de alguns minerais como o iodo e o sódio, deve ser motivo de alerta para o consumo por grupos específicos da população, nomeadamente indivíduos com distúrbios da tiroide, problemas cardiovasculares e renais. E, ainda, o facto de possuírem metais pesados na sua composição, portanto não há bela sem senão, moderação e variedade alimentar é a solução.
Importa ainda realçar que a riqueza em determinados nutrientes varia consoante a espécie, a altura do ano, as condições da água e a temperatura nas quais se desenvolvem e ainda o método de confeção.
Estes alimentos podem ser incorporados em variadíssimas preparações culinárias é só dar azo à imaginação, desde entradas, pão, sopas, pratos principais, sobremesas.
Deste modo, incluir as algas na alimentação é muito interessante do ponto de vista nutricional dada a sua riqueza, no entanto deve ser um uso moderado e variado devido à sua elevada quantidade em determinados minerais e possíveis contaminantes.